O início de tudo. A primeira Copa Libertadores da América, já idealizada desde muito tempo (sendo o 'pioneiro' o Campeonato Sul-Americano Campeões, organizado pelo clube chileno Colo-Colo e vencido pelo Vasco da Gama), e finalmente posta em prática. A competição, cujo nome é em homenagem aos Libertadores da América (líderes dos movimentos de independência sul-americanos), foi vencida pela primeira vez pelo clube uruguaio Club Atlético Peñarol, sendo o destaque e artilharia da competição atribuída ao equatoriano Alberto Spencer, atacante da equipe uruguaia, com 7 gols.
Com um time contando com boas peças como Luis Cubilla, Néstor Gonçálves e Alberto Spencer, o time dirigido por Roberto Scarone sagrou-se oficialmente o primeiro campeão continental em cima do Club Olimpia, enfrentando no final do ano o campeão da Liga dos Campeões da UEFA de 1960, Real Madrid, no Mundial.
Iniciou-se em 19 de abril e finalizou-se a 19 de junho. A organização da competição era muito simples. Pode-se equiparar à primeira Copa do Mundo, em que houveram pouquíssimos competidores com relação a organização atual. A competição contaria, a princípio, com 8 times, os campeões atuais de cada país: San Lorenzo-ARG, Jorge Wilstermann-BOL, Bahia-BRA (atual campeão da Taça Brasil, já que ainda não havia o Campeonato Brasileiro), Universidad de Chile-CHI, Millonarios-COL, Olimpia-PAR, Universitario-PER e Peñarol-URU. Equador e Venezuela, apesar de já na época fazerem parte da Comenbol, não mandariam ainda representantes para a Libertadores.
A primeira fase é equivalente à quartas-de-final: 4 contra 4, partida de ida e volta, caso houvesse empate no saldo total, haveria mais uma partida de desempate.
As chaves ficaram assim:
Peñarol x Jorge Wilstermann
PEÑ 7 x 1 JOR
JOR 1 x 1 PEÑ
San Lorenzo x Bahia
SAN 3 x 0 BAH
BAH 3 x 2 SAN
Universidad de Chile x Millonarios
UNI 0 x 6 MIL
MIL 1 x 0 UNI
Universitario x Olimpia
Universitario desistiu de competir, logo o Olimpia avançou por W.O.
Peñarol embalado com o ótimo resultado em cima do time boliviano. Olimpia ainda não apresentou serviço, porém tinha um time defensivamente forte. E mais: excelente nome como treinador, Aurelio González. Considerado por muitos, senão todos, como o segundo maior jogador paraguaio de toda a História, apenas atrás de Arsenio Erico. E ótimo técnico, que dirigira a Seleção Paraguaia em 3 oportunidade (1946 a 1947, de 1955 a 1959 e de 1965 a 1974) e o Olimpia em outras oportunidades, levando, inclusive, à conquista invicta do Campeonato Paraguaio de 1959 que fez o Olimpia disputar a Copa que esta sendo redigida. Mas isso tudo ainda não seria o suficiente para frear o maior time do Uruguai.
Após a primeira fase (ou quartas-de-final), foram disputadas as semifinais, postas da seguinte maneira:
Peñarol x San Lorenzo
PEÑ 1 x 1 SAN
SAN 0 x 0 PEÑ
Partida de desempate, ocorrida em Montevidéu (ainda não ocorria em campo neutro)
PEÑ 2 x 1 SAN
Millonarios x Olimpia
MIL 0 x 0 OLI
OLI 5 x 1 MIL
Olimpia confirma que não brinca em serviço e goleia o Millonarios, que goleou a Universidad de Chile. E chegam os dois times à final, sendo o Olimpia favoritíssimo. Eis que o time do Peñarol mostra que favoritismo não ganha jogo.
1° jogo: Peñarol 1 x 0 Olimpia. Diante de 45 mil aurinegros no gigante Estádio Centenário, Peñarol vence com a vantagem mínima o time paraguaio. Gol do craque Alberto Spencer, aos 34 do segundo tempo.
2° jogo: Olimpia 1 x 1 Peñarol. No Estádio Defensores del Chaco, com a capacidade máxima preenchida, 35 mil torcedores. Aos 28 minutos do primeiro tempo, Hipólito Recalde abre o placar para os paraguaios e mantém a vantagem mínima (e igualdade no saldo) até 38 do segundo tempo. Peñarol, time muito conhecido por "colocar água no chopp" nos últimos momentos do jogo, o fez mais uma vez. Aos 39 do segundo tempo, Cubilla, um dos únicos ídolo das duas grandes torcidas uruguaias, fez o gol que calou a torcida alvinegra.
Club Atlético Peñarol se sagra campeão da primeira edição da Libertadores existente. Campeão da Copa Libertadores de 1960, e em cima de um gigante. A primeira de suas muitas taças.
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